Pés ao Lado da Cabeça
Beatriz Sarmento e Gonçalo Araújo
A relação de diálogo retira o momento solitário, a pressão do génio de artista individual, e, acima de tudo, celebra as possibilidades de nos conectarmos, como seres humanos.
O nosso diálogo começou precisamente do zero, sem qualquer conversa anterior ao momento do convite. Há algo de extremamente valioso em conhecer uma pessoa pela criação de imagens. Inicia-se assim uma relação de trabalho a partir da partilha semanal de tempo.
Neste seguimento de correspondência, a nossa prática toma sentido quando vista e construída pelo outro. Representa ainda um grande desafio batalhar as diferenças entre o eu e outro. Não obstante, é aí que encontramos coisas distintas a nós, na mudança do lugar habitual das coisas passamos a vê-las, como por surpresa. Talvez sempre tivemos essa capacidade mas nunca as ferramentas.
bio
Beatriz Sarmento
(Porto, 1999)
Artista multidisciplinar e produtora cultural. Diretora Artística de Festival Súbito e coordenadora de Programa Órbita (programa de residências artísticas). Co-criadora das sessões “Conversas sobre Performance” na FBAUP (Coletivo SEM-FIM).
Começou por estudar dança durante 12 anos na Escola de Dança Ginasiano onde teve a oportunidade de fazer um curso intensivo na Companhia de Pina Baush Tanztheater (Wuppertal, Alemanha; 2013). Em 2014, ingressa na Escola Artística Soares dos Reis, especializando-se em Realização Plástica do Espectáculo do curso de Produção Artística. Realizou uma formação em contexto de trabalho em Produção com o Conservatório de Música do Porto e a ESMAE. Licenciada em Artes Plásticas - ramo de Multimédia - na Faculdade de Belas Artes do Porto tendo como principal interesse vídeo-performance, curadoria e projetos colaborativos. Atualmente no Mestrado de Gestão de Indústrias Criativas na Escola das Artes - UCP.
Gonçalo Araújo
(Braga, 1993)
É licenciado em
Artes Plásticas - Multimédia pela Faculdade de
Belas Artes da Universidade do Porto em 2017.
Membro do colectivo “Artristas” e do colectivo
Rua do Sol, músico na banda “Cubranco”e a
solo como Zé Gonçalo.
As suas obras a destacar a solo ou em grupo
são a exposição “Zimbório” (2016) na Casa
Andresen no Jardim Botânico do Porto, o vídeo
“Foge que te acaço” (2018) na exposição “No
dia seguinte está o agora” no Círculo de Artes
Plásticas de Coimbra, o filme “Anjo da guarda”
(2019) vencedor do Open call do Encontrarte
Amares, a escultura musical “Boca de Raia”
(2019) vencedora do Open call Noite Branca do
GNRation. Desde 2020 é técnico assistente do
Auditorio CCOP.
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