“O espaço do convívio dos homens”

momentos de visionamento de documentários e conversa

 

O “espaço do convívio dos homens” é um conjunto/ciclo de vídeos em torno de questões como o espaço comum, o espaço da cidade, da comunidade, da partilha e da política. Num momento em que este espaço comum, público, se torna cada vez menos público é importante reflectir e pensar sobre as suas transformações e o papel que como comunidade temos nas mesmas. 


“O espaço do convívio dos homens” V

Antonio Negri: A Eterna Revolta, 52’ - 2005
Alexandra Weltz e Andreas Pichler

A Causa e a Sombra, 90’ - 2015
Tiago Afonso

A Chinesa, 96’ - 1967
Jean-Luc GodardDia

Pode a Dialética Partir Tijolos?, 90’ - 1973
René Viénet

De Caras, 75’ - 2010
Tiago Afonso
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"O espaço do convívio dos homens." IV

Fora de Campo
Saguenail

Uma rua é um mundo. A nossa rua não é apenas o nosso mundo, mas também o mundo de muitos outros que lá vivem, morrem, amam, formam família, trabalham, sofrem, festejam, etc. No âmbito de um estágio estival de formação, a Rua Anselmo Braamcamp tornou-se objecto de observação e registo sistemático, da primeira à última casa, a todas as horas do dia. Donde resultou um documentário atravessado pelas nostalgias e memórias dos seus habitantes.
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Sun street, Sun lane, Sun road, Sun way
coletivo Rua do Sol

Convidados para participar na exposição Last Call em Bangkok, que tinha a particularidade de ter um curtíssimo espaço de tempo para a realização e o envio das obras, fomos obrigados a encontrar uma solução para o desafio proposto.
Como nunca fomos a Bangkok e não temos grande conhecimento sobre a cidade decidimos nas poucas horas que nos faltavam para a exposição inaugurar (cerca de 46 horas e 29 minutos) realizar um filme na rua do nosso atelier/espaço. Tentamos perceber se as pessoas que trabalham na Rua do Sol tal como nós conheciam Bangkok e se nos poderiam dizer como é a vida, as formas e as pessoas que por lá habitam.
Em 30 horas filmamos, montamos, legendamos e enviamos o filme para a exposição.
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"O medo vai ter tudo"
de Pedro Monteiro

Um Documentário sobre as vivências que deram origem à Unicepe.Nos anos 1960 e 70 a oposição ao regime ditatorial de Salazar começou a ter forte contributo dos movimentos associativos estudantis.
Na cidade do Porto esses movimentos tinham na Unicepe uma espécie de refúgio.
Um refúgio onde podiam respirar cultura e liberdade num país que os sufocava em repressão e obrigava a combater na guerra colonial.
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3 Horas para Amar,
Patrícia Nogueira

Quatro reclusas. Duas recebem Visitas Íntimas, uma pediu cancelamento das visitas, outra pediu admissão ao programa.
Quatro histórias que se cruzam no interior do Estabelecimento Prisional Especial de Santa Cruz do Bispo, onde o tempo é marcado pela repetição dos dias. Quatro histórias de quatro mulheres, que reflectem e partilham a sua intimidade. Documentário de Patrícia Nogueira explora o universo das Visitas Íntimas no Estabelecimento Prisional feminino de Santa Cruz do Bispo.
Intervenientes: Maria José Mendes, Reclusa número 27, Patrícia Machado, Elisabete Resende.
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Stop Don't Stop,
Ana Branco

"Stop Don't Stop" é um documentário sobre a sobrevivência de um espaço e as pessoas que o habitam. Um centro comercial, construído no início dos anos 80, chegando a ser o 2º maior shopping do Porto, hoje transformado num território de música, um local de culto, um gigantesco estúdio musical improvisado. Com cerca de meia dúzia de lojas ainda abertas, as que conseguiram sobreviver ao rombo das grandes superfícies, o Centro Comercial Stop subsiste graças a um senhorio atento que conseguiu fazer de um centro comercial esquecido um local de trabalho para mais de 100 bandas e 400 músicos que nele ensaiam regularmente, distribuídos ao longo dos seus três pisos, em lojas de paredes de vidro que lhe arrendam ao mês por um preço simbólico, sem a insonorização adequada.

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"O espaço do convívio do homens." II

Neste segundo momento teremos a oportunidade de ver e discutir o filme "Tempo/Espaço" de Tiago Afonso.

Tempo/Espaço, 70´ 2013
Tiago Afonso

Tempo/Espaço documenta um conjunto de actividades organizadas a partir do mote das Memórias do Cárcere de Camilo Castelo Branco, ao longo de meio ano no Estabelecimento Prisional Regional de Guimarães.Esta ocupação inusitada dos tempos livres (palavra ingrata neste contexto) foi também o pretexto para a nossa progressiva aproximação à vida dos reclusos, e a presença prolongada na prisão permitiu-nos explorar outros pormenores – tatuagens, vigias, ferrolhos – num dia a dia algures na fronteira entre o documentário observacional e os dispositivos provocados.oficina de escrita: Miguel Horta
oficina de vídeo: Tiago Afonso (realização); Jorge Quintela (imagem); João Alves (som)realização/câmara/montagem: Tiago Afonso
som/câmara/montagem: João Alves
produção: Fundação Cidade de Guimarães 2012+ 4 curtas realizadas por reclusos na oficina de vídeo [total: 15']

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"O espaço do convívio dos homens." I

Um tempo que poderia ser o nosso
"Casal 74", 21'15'' - 2012"Casal 51", 19'26'' - 2012"Memórias", 21'16'' - 2012
Mário Ferreira de Almeida

Um conjunto de três vídeos realizados na Colónia Agrícola onde efectuei uma pesquisa sobre o local e as respectivas memórias pessoais. Traçando uma linha por uma barra cronológica desde os anos 30 até à actualidade passamos por diversos pontos coincidentes, desde as incongruências políticas às anomalias sociais.
Neste conjunto de três vídeos tento passar três visões diferentes do mesmo local, três memórias diferentes. A primeira onde a Colónia Agrícola é apresentada de uma forma pragmática sobre a sua função, a segunda existe uma visão de uma casal de colonos que ali fizera a sua vida e por último, está presente uma forma emotiva de quem cresceu no lugar.

The Roundabout, 47` - 2013
Francisco Babo

Quais são as formas de comunicar um pensamento? Parece ser um trabalho moroso.
Quais as formas de tornar esse trabalho menos moroso? Parecem ser os truques de linguagem, os truques de imagem, os truques da acção condicionante.
O que fazer quando se tem pensamentos,a comunicar ou não, mas se está farto destes truques?
Cancela-se o pensamento e utilizam-se as letras para fazer outra coisa qualquer. Ou então usa-se a Internet como modelo de comportamento. A Internet é o meu modelo de comportamento. Ora então... De que forma vou comunicar um pensamento? Aos fogachos, bem ilustrado, sempre ligado, ubíquo, infinitamente protocolar, incessantemente aberto, quilómetro e quilómetros de tubinhos. Sempre presente, sempre dividido.Deram-me uma parcela de espaço cibernético. Mas na verdade deram-me outra coisa. Uma sensação. Com a qual não sei, nem bem nem mal, o que fazer. Ninguém me diss e fique esperando. Faço uma emoção. A emoção do jockey sobre cavalo partido combalido, que vê quase todos os outros a cavalgar para longe para mais tarde o alcançarem pelas costas.

Isto não é Manchester. (um percurso por Campanhã), 33´ - 2012
José Oliveira

“[a] industrialização reconfigura assim o espaço urbano portuense, dando-lhe novas formas de povoamento e de ocupação do espaço, bem como. Novos modos de vida urbanos ou, por outras palavras., novas formas de viver da e na cidade”. Paula Guerra, 2008
Um percurso por Campanhã, um território que contem uma parte específica da história da cidade, do seu desenvolvimento, da sua comunidade. Um território e uma comunidade, que fazendo parte da cidade parecem por vezes não lhe pertencer.

Ruído ou As Troianas, 71', 2012
Tiago Afonso

«Pois nós somos inertes, compreendeis?/ Nada mais podemos,/ excepto esperar e padecer. Inertes, mas – pobres de nós! – conscientes.»
As Troianas de Eurípides, por Jean-Paul SartreO Porto numa madrugada incerta onde se cruzam as mutações recentes com as feridas abertas no corpo urbano. Contra a cantilena do progresso, o ruído dos que são deixados para trás, contra o ruído das máquinas de demolição, o lamento dos desterrados.

Ruínas, 60´ - 2009
Manuel Mozos

Fragmentos de espaços e tempos, restos de épocas e locais onde apenas habitam memórias e fantasmas. Vestígios de coisas sobre as quais o tempo, os elementos, a natureza, e a própria acção humana modificaram e modificam. Com o tempo tudo deixa de ser, transformando-se eventualmente numa outra coisa.
Lugares que deixaram de fazer sentido, de serem necessários, de estar na moda. Lugares esquecidos, obsoletos, inóspitos, vazios.
Não interessa aqui explicar porque foram criados e existiram, nem as razões porque se abandonaram ou foram transformados. Apenas se promove uma ideia, talvez poética, sobre algo que foi e é parte da(s) história(s) deste País.


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